Até que nada mais importe!

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O apóstolo Paulo instruiu os irmãos colossenses acerca do que realmente importa – as coisas de cima, e não as que são da terra: ... se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus (Cl 3.1-3). Apesar dessa ordem tão explícita sobre o foco correto do cristão, o que encontramos, na prática, é algo bem diferente. Buscar a Deus, na concepção de muitos crentes, é, na melhor das hipóteses, cumprir suas obrigações de ir aos cultos semanalmente (e especialmente evitar faltar na celebração mensal da Santa Ceia), conhecer o mínimo do que a Bíblia ensina, orar um pouco todo dia (pelo menos para agradecer a comida e, talvez, antes de dormir). É lógico que, se estiver em apuros e diante de grandes tribulações, esse cristão pode aumentar consideravelmente suas orações e, em casos extremos, até mesmo jejuar! O que atualmente chamamos de “busca” (e sei que estou generalizando – há exceções), pode ser classificado como uma coisa medíocre, interesseira e nada intensa. É evidente a razão pela qual nossa paixão pelo Senhor tem se mostrado tão pobre. Li, em algum lugar, uma afirmação atribuída a William Inge que ilustra bem essa questão: “Se gastarmos dezesseis horas por dia em contato com coisas desta vida e apenas cinco minutos por dia em contato com Deus, será de admirar que as coisas desta vida sejam para nós duzentas vezes mais reais do que Deus?”

Nossa busca por Deus ainda é muito, muito fraca. É necessário compreender não apenas que fomos criados para buscar o Senhor, mas também como deve ser essa busca. Ao falar acerca dessa busca, as Escrituras Sagradas nos revelam que ela não pode acontecer de qualquer forma. Há um padrão de busca que Deus determinou para nós. Esse padrão é alcançado quando ele se torna mais importante do que qualquer outra coisa! Devemos chegar a um ponto tal nesse anseio por Deus, que nada mais importe. O Senhor, através do profeta Jeremias, revelou qual é o tipo de busca que nos levará a encontrá-lo: Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração (Jr 29.13). Logo, o interesse de Deus não está apenas no fato de o buscarmos, mas em como fazemos isso. Ele não aceita nada menos que nossa inteira dedicação e paixão nessa busca. Essa é a razão pela qual o Senhor não está interessado na busca em si, mas no motivo que nos leva a buscá-lo. 

Observe também que, ao falar sobre buscar a Deus, o profeta Jeremias usou a expressão de todo coração. Ela foi usada na Bíblia tanto para falar da intensidade de nossa busca ao Senhor como para determinar a intensidade de nosso amor para com Deus: Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força (Mc 12.30). O que Deus espera de nós é nada menos do que amor total. O maior mandamento determina que não só o amemos, mas que façamos isso com toda a intensidade possível! E o mesmo é verdadeiro em relação à nossa busca: de todo o coração. Essa é a única forma de busca aceitável: com todo o nosso ser, com tudo o que há em nós (coração, alma e entendimento), com toda a nossa força (dedicação, empenho, determinação, energia e entrega).


Extraído do livro "Até que nada mais importe" - Luciano Subirá

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