A Razão para Deus Salvar o Homem

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É relevante perguntar sobre o que teria motivado Deus a enviar Seu Filho unigênito para morrer, de forma que os pecadores pudessem ser salvos. Nas Escrituras, descobrimos que Deus não salva o homem para suprir alguma necessidade divina, por causa de qualquer mérito humano e nem por causa de algum ato nobre que ele possa ter feito. Pelo contrário, Deus foi movido a salvar a humanidade pelo louvor da Sua própria glória e pelo grande amor com o qual Ele nos amou. 

Uma das verdades mais inspiradoras sobre Deus é que Ele é absolutamente livre de qualquer necessidade. Sua existência, o cumprimento da Sua vontade e Seu prazer não dependem de alguém ou qualquer coisa que esteja além Dele mesmo. Ele é o único Ser que é verdadeiramente auto existente, autossuficiente, independente e livre. Todos os outros seres obtêm sua vida e bênçãos de Deus, mas tudo o que é necessário para a existência e perfeita alegria de Deus encontra-se Nele mesmo. Ensinar ou mesmo sugerir que Deus fez o homem ou salva o homem porque Ele era carente ou incompleto é absurdo e até mesmo uma blasfêmia. 

“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais (...)” (Atos 17.24-25; veja também Salmos 50.9-12).

Uma das verdades bíblicas mais humilhantes sobre o homem é que ele está absolutamente destituído de virtude ou mérito. Portanto, não há nada no homem caído que possa motivar um Deus santo e justo a amá-lo; antes, há apenas aquilo que amontoa juízo e condenação sobre ele. O que, então, motivou Deus a enviar Seu único Filho para a salvação de homens pecadores? De acordo com as Escrituras, Deus fez isso para o louvor da Sua glória e devido ao Seu grande amor por nós.

As Escrituras nos ensinam que a criação do universo, a queda do homem, a nação de Israel, a cruz de Cristo, a Igreja e o julgamento das nações têm um grande e final propósito: a glória de Deus. Isso significa que Deus faz tudo o que Ele faz para que a plenitude de tudo o que Ele é possa ser revelada à Sua criação, e que Ele possa ser honrado, adorado e desfrutado como Deus. 

Frequentemente questiona-se, até por cristãos verdadeiros, se é certo ou não que Deus aja para Sua própria glória. Para responder essa pergunta, precisamos apenas considerar quem é Deus. De acordo com as Escrituras, Ele é infinitamente maior que toda a Sua criação reunida. 

Portanto, não é apenas certo, mas também necessário, que Ele ocupe a posição mais alta e faça da Sua glória a grande razão ou o principal objetivo de tudo o que Ele faz. É justo que Ele ocupe o centro do palco e opere em todas as coisas para que Sua glória (isto é, a plenitude de quem Ele é) seja conhecida por todos, com o objetivo de que Ele seja glorificado (isto é, honrado e adorado) acima de tudo. Para  Ele, abrir mão de tal primazia seria como se negasse que Ele é Deus. Para qualquer outro além de Deus, requerer tal primazia seria a forma mais grosseira de idolatria.

É extremamente importante compreender que Deus não busca Sua própria glória independentemente do bem maior das Suas criaturas. De fato, o maior bem que Deus poderia realizar para Suas criaturas e a maior bondade que Ele poderia lhes revelar seria glorificar a si mesmo - guiar todas as coisas e operar em todas as coisas, para que a plenitude de tudo o que Ele é possa ser revelada diante deles. Se Deus é de infinito valor, esplendor e beleza, então conclui-se que o presente mais valioso, mais esplêndido e mais belo que Ele poderia dar às Suas criaturas é a mais completa revelação de si mesmo.


Descobrindo o Glorioso Evangelho - Paul David Washer




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